Saturday, September 14, 2013


Do arquivo:

 Tornei-me hiperconsciente. Sinto, registo e recordo tudo. O tempo é áspero e cansado, e o silêncio das últimas horas da noite tem um peso aflitivo. Este é o meu presente. E o passado, é uma ridícula colecção deste estagnar inócuo, tépido. Desenrola-se, até perder de vista. Não me perdoa qualquer vislumbre de futuro. A minha presença está inundada de uma desequilibrada consciência, uma métrica obsessão, e de atravessar cada agora no sentido oposto. Estou preso numa hora que não quer avançar, um nó, um soluço.

Brighton, Novembro 2, 2010